O senhor Presidente de Junta de Freguesia de São João de Ver bem diz que nunca trabalhou para eleições, mas a verdade é que o arruamento que ligará a zona da Igreja Matriz e da Estação de Caminhos de Ferro à Avenida Sá Carneiro, tem vindo a ser um objecto de fetiche eleitoral:

– foi aqui que o senhor decidiu anunciar, após calculado período de tabu, a sua recandidatura à Junta de Freguesia em Julho de 2013 – cuja presidência reconquistou nas eleições autárquicas de 29 de Setembro daquele ano (se bem que já nessa altura a prossecução da obra tivesse abortado por – diz-se – falta de “viabilidade financeira”);

– este ano, com eleições autárquicas à vista, a obra volta a arrancar (não sei se desta vez houve fotografia para cartaz, mas que já por lá vi máquinas a mexer, lá isso vi!).

Em suma: uma feliz coincidência.

Durante praticamente 4 anos, aquela obra ficou exactamente como estava no dia daquele anúncio da recandidatura em Julho de 2013: uma promessa ao abandono em forma de terra e lama, usada para uma propagandazita eleitoral inconsequente, sem qualquer utilidade prática para os habitantes da freguesia e que nada mais permitiu do que o corte imediato de umas dezenas de árvores – hábito que anda perigosamente a alastrar-se, de há um bom par de anos a esta parte, como um vírus em toda Santa Maria da Feira e arredores, se bem que relativamente ao qual ninguém pareça estar particularmente preocupado…

Destino bem diferente daquele “santo engraciano” arruamento teve o pavilhão ali ao lado, praticamente pronto a inaugurar há já uns tempos – algo, contudo, para ser feito sem pressas, pois não faz sentido inaugurar-se o dito sem que os acessos estejam prontos (isto nas palavras do senhor Presidente da Junta).

Teremos portanto, tudo indica, uma inauguração 2-em-1 em ano de autárquicas. Tudo, claro, sem eleitoralismos.

Da mesma forma que um vintém será sempre um vintém e um cretino será sempre um cretino, um autarca será sempre um autarca..